A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira a Operação Anjos da Guarda contra um grupo de integrantes da maior facção criminosa do país que planejavam resgatar lideranças presas em penitenciárias federais de Brasília e Porto Velho. A operação conta com o apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Ao todo, são cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão no Distrito Federal (Brasília), Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e São Paulo (São Paulo, Santos e Presidente Prudente). Um efetivo de 80 policiais federais foram mobilizados.
A reportagem apurou que entre os chefes que poderiam ser resgatados está Marcos Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder da facção. Ele havia sido transferido neste ano da unidade prisional de Brasília para a de Porto Velho.
Segundo as investigações, a organização criminosa também planejava sequestrar autoridades para conseguir negociar a soltura dos criminosos.
Em nota, a PF informou que o plano envolvia "uma rede de comunicação estabelecida entre advogados, que extrapolavam as suas atividades legais". Alvos da operação, esses advogados teriam transmitido mensagens dos presos aos envolvidos no plano de resgate por meio de visitas no parlatório.
Mantidos pelo Ministério da Justiça, os presídios federais têm um esquema de segurança e vigilância mais rigoroso do que os estaduais. É vedada a realização de visitas íntimas e os encontros só podem ocorrer no parlatório, onde o preso fica numa sala de vidro e se comunica através de um interfone.
Os presos são mantidos em celas individuais equipadas com câmeras que os monitoram 24 horas por dia. Criado em 2006, o sistema federal se destina a criminosos de alta periculosidade. Até agora, não houve nenhum registro de episódio de fuga ou rebelião nas cinco unidades prisionais que estão em operação.
Condenado a mais de 330 anos de prisão por formação de quadrilha, homicídio e tráfico de drogas, Marcola já está há 23 anos atrás das grades. Em fevereiro de 2019, ele foi removido do presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, para a penitenciária federal de Brasília. A transferência ocorreu em meio a uma outra investigação do Ministério Público estadual que apurava a existência de um plano ousado para resgatá-lo, que envolvia o uso de helicópteros, armamento pesado e contratação de mercenários estrangeiros.
Fonte: Extra
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil