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MP denuncia ex-secretário adjunto de Saúde e Cônsul Honorário da Índia por fraude na compra de testes de Covid-19; prejuízo ultrapassa R$ 2 milhões
Por Evanildo Santos
Publicado em 12/12/2025 05:23
Notícias
Foto: Divulgação

O Ministério Público de Rondônia (MPRO) apresentou à Justiça, nesta terça-feira (09/12), denúncia contra 12 envolvidos em um esquema de fraude na aquisição de testes rápidos para detecção da Covid-19 durante o período crítico da pandemia. A ação é assinada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e integra os desdobramentos da Operação Polígrafo, deflagrada em julho de 2020.

De acordo com o MP, o grupo fraudou a compra de 100 mil testes rápidos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O contrato, celebrado por Dispensa de Licitação no valor de R$ 10,5 milhões, deveria ter sido destinado ao enfrentamento da pandemia em Rondônia, mas foi marcado por irregularidades que, segundo as investigações, provocaram prejuízo superior a R$ 2,2 milhões aos cofres públicos.

As investigações apontam que o esquema operou entre março de 2020 e janeiro de 2021, com atuação coordenada para manipular o processo de compra: preterição de empresas habilitadas, direcionamento de fornecedores, entrega de produtos irregulares e obtenção de vantagens financeiras indevidas.

Entre os denunciados estão o então Secretário Adjunto de Estado de Saúde, o Gerente Administrativo da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau/RO), representantes de duas empresas fornecedoras e o então Cônsul Honorário da Índia.

Crimes apontados na denúncia

Os investigados foram denunciados por uma série de delitos, entre eles:

Contra a Administração Pública:

Frustração do caráter competitivo de licitação;

– Fraude em contrato público, com entrega de produtos em desacordo com o contratado;

– Tráfico de influência.

Contra a saúde pública:

– Falsificação, corrupção e adulteração de produtos terapêuticos;

– Importação e entrega de testes sem registro sanitário.

Contra a fé pública:

Falsificação e uso de documentos falsos;

– Falsidade ideológica;

– Falso testemunho.

Os 12 denunciados também responderão por associação criminosa e fraude processual.

Pedidos do MPRO

Além das penas previstas para cada crime, o Ministério Público requer:

Indenização por dano moral coletivo e material, considerando prejuízo de mais de R$ 2,2 milhões ao erário;

Perda dos cargos públicos ocupados atualmente pelos denunciados;

Manutenção do bloqueio de bens já determinado pela Justiça, para garantir o ressarcimento ao patrimônio público.

Próximos passos

Com o oferecimento da denúncia, começa a tramitação judicial. Caberá ao Poder Judiciário decidir se acolhe ou não a acusação. Caso seja recebida, os denunciados serão citados para apresentar defesa, e o processo seguirá para instrução, com coleta de provas e depoimentos, até o julgamento final.

A Operação Polígrafo reforça o compromisso do Gaeco e do Ministério Público de Rondônia na defesa dos recursos destinados à saúde, especialmente em um período em que a correta gestão pública poderia representar vidas preservadas.

 

Por Redação 

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