Criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de 15 de dezembro de 1972 em alusão a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano.
Nesse 52ª Dia Mundial do Meio Ambiente temos muito que comemorar, afinal são meio século de muito engajamento, campanhas, iniciativas, lutas, eventos e atividades que buscam conscientizar a humanidade para a preservação e conservação de nossa morada.
Houve avanços importantes, as conferências, tratados, acordos, em diferentes temas e áreas atinentes ao Meio Ambiente foram ratificados por centenas de países e principalmente hoje, temos consciência que submeter a natureza ao consumo perdulário e ao controle da tecnologia indefinidamente sem atiçar a ameaça de grave descontrole da biosfera é ilusório e um caminho em direção ao armagedon ecológico.
Mas também temos muito que nos preocupar! As mudanças necessárias em nossa relação com a natureza são lentas, marcadas por retrocessos, mudar padrões de consumo, modelo desenvolvimento globais e abordagens acadêmicas em consonância com a complexidade sistêmica planetária é uma tarefa hercúlea.
Dos nove pontos de "Não Retorno" ou "Inflexão Negativa" que podem desencadear catástrofes ambientais irreversíveis na Terra, estamos próximos de atingir seis:
- colapso dos corais de águas quentes;
- degelo do Permafrost (solo congelado do Ártico);
- derretimento de grandes porções de gelo no Ártico;
- derretimento de grandes porções de gelo da Antártida;
- derretimento de grandes porções de gelo da Groelândia;
- mudanças no padrão de circulação das correntes marítimas do Atlântico Norte.
Em que pese as contradições e o anacronismo de uma ONU presa a realidade geopolítica dos pós – Segunda Guerra Mundial, ela é o caminho para uma urgente governança internacional capaz de dirigir a humanidade para os desafios transfronteiriços contemporâneos:
- atender os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável;
- diminuir desigualdades sociais;
- alimentar 10 bilhões de pessoas em 2050;
- frear mudanças climáticas;
- o negacionismo e
- movimentos antecedência.
Anseio por um dia celebrativo e de muitas reflexões, sobretudo entre os cientistas. Que a ênfase na racionalismo mecanicista e reducionista marcada pela revolução copernicana entre os séculos XVII e XVIII, e que considera a Terra um planeta comum como todos os outros do universo, seja suplantado definitivamente por uma ciência que reconheça a Terra um oásis da vida nessa imensidão violenta e hostil do cosmo; que o cientificismo cartesiano e a vaidade intelectual não impeça os cientistas de reconhecer que a confluência espetacular das inúmeras propriedades físicas, químicas e biológicas forjaram um planeta raro, com uma biosfera pulsante cuja a vida em plenitude venceu todas as improbabilidades estatísticas.
Que nossa arrogância antropocêntrica e materialista, que nos conduziu ao renascimento, iluminismo, revolução cientifica, industrial e tecnológica moderna, mas que objetifica a mãe Terra e considera nossa existência um evento trivial, seja superada por uma nova ciência capaz de abraçar o biocentrismo, nos reconectando com a natureza e construindo valores éticos, morais e espirituais compatíveis com a finitude temporal e espacial de Gaia.
Enfim, para que a centralidade da vida prospere é imperioso novos paradigmas científicos, que “situa a humanidade, a nossa existência, na vastidão épica da história cósmica.” (Marcelo Gleiser).
Por Alan Duarte do Espírito Santo
Professor de Geografia, especialista e Gestão e Manejo Ambiental de Sistemas Agrícolas e Educação Ambiental, docente do quadro permanente da Secretaria de Estado da Educação, SEDUCRO e da Secretaria Municipal de Educação de Ariquemes-SEMED, onde há cinco anos Coordena a Educação Ambiental.