O diretor do Departamento de Polícia do Interior de Rondônia revelou que a Polícia Civil deflagrou a Operação Colapso, nesta segunda-feira (7), para evitar que os servidores públicos causassem um rombo de R$ 37 milhões na saúde pública de Ji-Paraná (RO), região central do estado.
Os alvos da operação são Ivo da Silva, secretário municipal de Saúde; Ricardo Marcelino Braga, Procurador-Geral do município; e o Presidente da Comissão de Processo de Licitação.
Os R$ 37 milhões que seriam supostamente desviados fazem parte de recursos do combate da Covid-19, mas segundo o delegado Thiago Flores , o município de Ji-Paraná ainda não fez o pagamento para a empresa contratada sem licitação.
"Nós nos vimos numa situação que tínhamos duas opções. Ou esperar a concretização dessa licitação fraudulenta, e com isso o dinheiro público escorrer pelo ralo da corrupção, ou nos anteciparmos e, de maneira preventiva, que o contrato finalizasse", diz Thiago Flores, diretor de Polícia do Interior.
Para fazer a contratação emergencial com dispensa de licitação, a Secretaria Municipal de Saúde alegou na época que não havia mais condições físicas apropriadas para ampliação de frentes de trabalho para atendimento.
Após a investigação descobrir fraude no contrato, o TCE oficializou que a prefeitura cancelasse o contrato, que previa a manutenção e ampliação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva e de Centros de Tratamento Intensivos.
"O que chama a atenção é que a Procuradoria do município, em um primeiro momento, atestou favorável a contratação da empresa sem licitação. E, após a intervenção da polícia e do TCE, mudou-se o entendimento da procuradoria e então a procuradoria mudou o entendimento quanto ao contrato", ressalta Flores.
Ao todo, a Operação Colapso cumpriu 8 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de afastamento cautelar das funções públicas.
Ainda conforme descobriu a investigação da Polícia Civil, a organização criminosa é 'sofisticada' e funciona em Rondônia, Mato Grosso Paraná e Santa Catarina.
Fonte: G1